Quando suas irmãs mudaram-se para a cidade, Manoel Ramos convidou seu sobrinho, Alziro Ramos e sua esposa Antônia para morar com ele e ajudá-lo na pesca. As primeiras casas foram construídas de pau-a-pique.
Casa em pau-a-pique na Comunidade Beira Rio (Maio/2011)
Neste local a família cresceu e aos 14 filhos de Alziro e Antônia com o passar dos anos vieram juntar-se os filhos do primeiro casamento de Alziro com suas famílias.
A pesca era feita no Rio Paraíba e também no Rio Jaguari. A produção, além de ser usada na alimentação da comunidade, era comercializada no mercado municipal da cidade.
A comunidade viveu em condições muito precárias e isolada da cidade de São José dos Campos até o final dos anos 1980, quando foi construída a ponte do bairro Urbanova. Mesmo antes da existência da ponte as crianças frequentavam a escola que ainda hoje atende a região sendo que a travessia do rio era feita de barco ou em uma balsa improvisada, seguida de uma caminhada de mais de 2 quilômetros.
No início dos anos 2000 por um período o acesso voltou a ser feito exclusivamente de barco, após os novos proprietários da fazenda fecharem a passagem que dava acesso à ponte, deixando-os isolados. As instituições que davam assistência à comunidade e a imprensa deram apoio aos ribeirinhos, o caso foi parar na justiça o que deu a eles o direito de permanecerem no local, sendo os proprietários obrigados a reabrir o acesso à ponte.
Com a diminuição dos peixes a comunidade passou a exercer atividades na construção civil e em trabalhos domésticos. A horta, a construção de barcos, a fabricação de redes artesanais, de sabão de óleo e artesanatos como colares de malha colabora com a renda familiar, mas não é suficiente para garantir uma vida tranquila.
Desde antes da construção da ponte a comunidade era assistida pela igreja católica através da Paróquia Sagrada Família, na Vila Ema que passou a desenvolver atividades diversas, atuando não só na área de evangelização, mas também na área social, educacional e passando noções básicas de saúde.
Em 2007 estas atividades passaram a ser realizadas pela comunidade da Paróquia Santo Agostinho, da Urbanova. Em 2002, e durante alguns anos, alunos e professores da UNIVAP atuaram na comunidade que chegou a ter uma sala de aula para crianças de 2 a 6 anos. São desta época os containers com sanitários, a biblioteca e a grande tenda que funcionava como sala de aula e hoje é usada para celebrações das missas e ponto de encontro da comunidade.
Sala de aula que funcionava na Comunidade Beira Rio
Foto: UNIVAP
Atualmente a comunidade possui luz elétrica, água encanada e fossa séptica para os containers e algumas casas. As construções são variadas, existindo algumas de alvenaria mas também de madeira e pau-a-pique.
Fonte: Informações coletadas com a Comunidade e
http://paroquiasantoagostinho.org.br/comunidades/
http://www.univap.br/responsabilidade_social/atendimento/beira_rio.php
Documentário de 2011 (43 minutos)
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