sábado, 23 de julho de 2011

História da Comunidade Beira Rio

A Comunidade Beira Rio é um povoado de pescadores que se formou na margem do Rio Paraíba do Sul por volta dos anos 1950 em terras de uma fazenda. Em 2011 abrigava cerca de 35 famílias, aproximadamente 140 pessoas, todas com origem na família de Manoel Ramos, que morava no local com suas irmãs com a autorização do proprietário da fazenda.

Quando suas irmãs mudaram-se para a cidade, Manoel Ramos convidou seu sobrinho, Alziro Ramos e sua esposa Antônia para morar com ele e ajudá-lo na pesca. As primeiras casas foram construídas de pau-a-pique.

Casa em pau-a-pique na Comunidade Beira Rio (Maio/2011)


Neste local a família cresceu e aos 14 filhos de Alziro e Antônia com o passar dos anos vieram juntar-se os filhos do primeiro casamento de Alziro com suas famílias.


A pesca era feita no Rio Paraíba e também no Rio Jaguari. A produção, além de ser usada na alimentação da comunidade, era comercializada no mercado municipal da cidade.

A comunidade viveu em condições muito precárias e isolada da cidade de São José dos Campos até o final dos anos 1980, quando foi construída a ponte do bairro Urbanova. Mesmo antes da existência da ponte as crianças frequentavam a escola que ainda hoje atende a região sendo que a travessia do rio era feita de barco ou em uma balsa improvisada, seguida de uma caminhada de mais de 2 quilômetros.

No início dos anos 2000 por um período o acesso voltou a ser feito exclusivamente de barco, após os novos proprietários da fazenda fecharem a passagem que dava acesso à ponte, deixando-os isolados. As instituições que davam assistência à comunidade e a imprensa deram apoio aos ribeirinhos, o caso foi parar na justiça o que deu a eles o direito de permanecerem no local, sendo os proprietários obrigados a reabrir o acesso à ponte.

Com a diminuição dos peixes a comunidade passou a exercer atividades na construção civil e em trabalhos domésticos. A horta, a construção de barcos, a fabricação de redes artesanais, de sabão de óleo e artesanatos como colares de malha colabora com a renda familiar, mas não é suficiente para garantir uma vida tranquila.




Desde antes da construção da ponte a comunidade era assistida pela igreja católica através da Paróquia Sagrada Família, na Vila Ema que passou a desenvolver atividades diversas, atuando não só na área de evangelização, mas também na área social, educacional e passando noções básicas de saúde.

Em 2007 estas atividades passaram a ser realizadas pela comunidade da Paróquia Santo Agostinho, da Urbanova. Em 2002, e durante alguns anos, alunos e professores da UNIVAP atuaram na comunidade que chegou a ter uma sala de aula para crianças de 2 a 6 anos. São desta época os containers com sanitários, a biblioteca e a grande tenda que funcionava como sala de aula e hoje é usada para celebrações das missas e ponto de encontro da comunidade.

Sala de aula que funcionava na Comunidade Beira Rio

Foto: UNIVAP


Atualmente a comunidade possui luz elétrica, água encanada e fossa séptica para os containers e algumas casas. As construções são variadas, existindo algumas de alvenaria mas também de madeira e pau-a-pique.

Fonte: Informações coletadas com a Comunidade e
http://paroquiasantoagostinho.org.br/comunidades/
http://www.univap.br/responsabilidade_social/atendimento/beira_rio.php 
Documentário de 2011 (43 minutos)

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